A Quarta-Feira de Cinzas marca o começo da Quaresma, tempo de conversão, silêncio, oração, jejum e penitência, sendo um momento central para todo o cristão que tem o propósito de bem viver o Mistério Pascal: A Paixão, Morte e Ressureição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Neste dia, ocorre um rito simbólico único e próprio, que é a imposição das Cinzas, que possui um sentido bastante intenso e forte: A lembrança que nas nossas ações cotidianas devemos ter a sinceridade das nossa alma e a coerência de nossas obras com vida em Cristo, ou seja, em todos os dias de nossas vidas buscar, em nossos corações, um sincero arrependimento daquilo que nos afasta de Deus, convictos da infinitiva misericórdia de Deus.  É começo de um tempo, nas palavras do Papa Francisco, de libertar-nos da ilusão de viver correndo atrás do pó e lembrar que somos feitos para o fogo que arde para sempre.

As cinzas impostas em nossas frontes remontam a várias passagens do Antigo testamento como podemos observar nos livros de Ester; Jó, Daniel e Jonas. Nestes livros, as cinzas significam dor, morte e penitência, em face de uma situação de adversidade, volta-se para Deus por meio da penitência e do arrependimento de seus pecados, clamando a sua misericórdia. Ela também é mencionada por Jesus em São Mateus 11, relacionando também como forma de penitência.

Desde o começo de sua história existem registros da continuidade do uso da Cinzas como sinal de penitência e lembrança da nossa condição frágil enquanto criatura, como por exemplo, na liturgia daqueles que estavam para morrer durante a Idade Média. Os primeiros registos da quarta feira como início do período quaresmal vão datar do século V, tornando de forma mais oficial pela Igreja de Roma a partir do século XI.

As cinzas utilizadas nesta missa são as folhas que foram utilizadas na procissão do Domingo de Ramos do ano anterior.